sábado, 27 de junho de 2009

• Cachorros são seres intrigantes

Como pode um bicho,
cujo olfato é trocentas vezes
mais sensível que o nosso,
dormir cheirando o próprio
fiofó?

terça-feira, 16 de junho de 2009

• Viver não dá lucro

E é assim, de leve, com aquele jeitão de "vamos cooperar" e um amplo sorriso, que tudo vira merda. Tudo morre. Jesus morreu (se ressuscitou, já são outros quinhentos); o Gafanhoto shaolin morreu (é, mataram o Bill); os passageiros da AirFrance, o Elvis, o motor do meu Palio... até o Bella Lugosi, que já era morto. Vivo, mas morto. Dinossauro, a Dercy, as estrelas distantes... ninguém escapa.
Pois morreu também o tal conceito de sustentabilidade apregoado na virada do século por bancos, empresas e inocentes de toda espécie. Aquele conceito bonito de equilíbro sócio-ecológico nascido de imbigo roxo, como diria minha vó, posto que fruto de mãe desnaturada. Também pudera: ô ventre seco! Pois dava pra temperar a farofa ali dentro, viu. Responsabilidade social? Para bancos? Sim, claro; no dia que Nosferatu se contentar em chupar O.B.
Trouxa de quem acreditou que pelo menos 200 anos de mentalidade capitalista, somados a 600 anos de mentalidade exploratória expansionista, baseados em 100 mil anos de atividade predatória viral e devidamente temperados com um sistema límbico ávido e digno de um jacaré... fosse dar noutra coisa.Crescimento sutentável? Hum... Qual deve ser a taxa de crescimento de um órgão em relação ao corpo? Pela lógica do tumor neoliberal, até tomar tudo. E o câncer, amiguinhos, é aquela explosão de vida e fartura, vocês sabem. Um verdadeiro espetáculo do crescimento.
Epa. Mas meu exemplo é falho como toda metáfora de boteco: a expansão que dá corpo a essa insustentável sustentabilidade do ser está mais para gordura, daquelas típicas dos milhões de gringos obesos e, vejam só, desnutridos.

Poizintão. Dividida entre ficar viva ou aumentar a margem de lucro, a massa de gente perdida em abstrações intituladas corporações finalmente resolveu assumir o óbvio: não vai mexer uma puta duma palha para resolver a questão. Détis íti. Fueza-se. E bastou a atual crise econômica para cair a máscara (imaginem o que virá na próxima crise de crédito, quando a China parar com o bunda-lelê da importação de commodities, por exemplo).
Senão, vejamos. Eis a última pérola da tchurma que pensa que meio-ambiente é aquela salinha de apê de pobre:
Segundo a cocota Linda Cook, uma diretora da Shell, a empresa não vai mais investir em tecnologias de geração de energias renováveis como a eólica, solar e hídrica por não serem lucrativas [investimento esse que girava em torno de 1% de seu orçamento]:
"Essas alternativas tecnológicas não oferecem oportunidades de investimento atrativas. Se não houverem oportunidades de investimento, nós não vamos por o dinheiro. No momento, pensamos no biodiesel".

É isso aí, Linda, lindona, lindíssima Linda! Cook, mas cook mesmo e em fogo alto, senão o bolo não estufa.

Conclusão: não dá lucro manter o mundo em condições habitáveis, logo não é uma boa ideia. E não se pode deixar Oroboro$ morrer. Só o mundo, na cabeça desses fulanos, não morre. Esse aguenta tudo. Para sempre. Como o meu saco.

Ê saudade de quando eu achava que havia uma conspiração organizada por impiedosos seres superinteligentes para dominar o mundo...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

• Notícia exclusiva - Cinema

Shirley Temple interpretará Susan Boyle na infância


Em nota, o astrônomo Rogégio Mourão disse tratar-se apenas de um balão meteorológico, mas informantes que não querem ser identificados confirmam que o papel de mãe da Susan será interpretado por Luiza Erundina.
Procurada pela redação, a CIA não quis se pronunciar.

Fonte: Times New Roman